segunda-feira, 24 de maio de 2010

Fortunas da Vida

Um segundo basta para tudo se perder,
Foi apenas isso que nunca aprendi,
Quando me viro de relance
Vejo meu pai acenando um Adeus
Sempre distante, sempre vazio
Na mais completa solidão
Cabeça baixa, sem nome, sem valor
Ninguem mais pode ver, mesmo estando ali, no meio de nos.
Ninguem sabe se ele ainda pode chorar
Se ele ainda quer chorar
Se ele lembra como chorar

As pessoas dizem que a vida é assim,
Que temos o que somos
Que somos o que fazemos
Convertendo lembranças em sopro de vida
Em alegrias falidas...em fracassos constantes
Alma partida num corpo velho e feio

Não importa mais querer continuar,
O mundo ficou sem graça, o mundo ficou calmo
Nem ajuda voce quer mais
E voce nao entende a força que me faz sorrir
Nao tem mais medo do frio, voce so quer dormir
Naquela cama suja, com lençol velho e rasgado
Não quer piedade, nem religião
Sua carne apodrece enquanto respira
Numa orbita toda sua

Agora entendo sua fuga
E vejo também o caminho por onde andou
É livre, longo e estranho
Não chegou a lugar algum, foi apenas um andarilho
Então ao menos perdoe seus loucos pecados mortais
Tudo que eu queria aprender...Tudo que voce nunca me ensinou,
E que fez a música acabar,
Se o amor não morre, ao menos ele pode adormecer
Permanentemente para sempre

Ricardo Furtado

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